quinta-feira, 28 de julho de 2011

O roubo do anel



            Estava brincando com meu filho no quintal, quando recebi a noticia que me tornei viúva. Meu marido teve um enfarte no escritório. Apavorada com a notícia, saí chorando, correndo e gritando em direção ao meu quarto e jogo aquele belíssimo anel naquela grama verde e úmida de inverno. Ainda vejo meu filho segurando o anel que pegara, sem saber da noticia do telefonema.
            Chorando em meu quarto, consigo conformar-me de que ele se foi e não volta mais ao ver o deslumbrante pôr-do-sol. Vou à procura do meu filho. Não o encontro. Dirijo-me à casa de seus melhores amigos. Não o encontro novamente.
            Ligo desesperadamente à polícia. Eles me perguntaram o que houve. Respondi todas as perguntas acerca do desaparecimento. Entre elas perguntaram-me de que horas ele tinha desaparecido e os informei que não o via desde manhã às 8:30, daí eles me disseram que não podiam começar a busca, pois, é considerado um desaparecimento após 24 horas.
            Rondava as ruas sem saber onde mais procurá-lo. Notei que já era madrugada  e sentei-me no banco frio da praça. Dormi. O relógio da igreja ao lado batia nove horas quando me acordei, saí correndo desesperadamente para casa. Ao chegar em casa recebo um telefonema. Eram os policiais me informando que iniciará a busca pela região, mas achavam que foi um sequestro.
            Dias depois encontraram meu filho. Morto. Não podia agüentar duas perdas em pouco tempo. Fui ao local onde ele estava morto. Do lado do corpo havia um anúncio. O anúncio informava: “leiloa-se um anel de casamento”. Meu anel.
            O assassino sequestra meu filho, mata-o e me inferniza vendendo aquele relicário, que dele só me resta lembranças.

                                    William Coelho

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