sábado, 29 de outubro de 2011

Carta às Borboletas





Borboleta, a palavra mais linda do mundo
Repleta de desejo, sonhos e cor.
Sonhos que me leva ao infinito profundo
Nas levezas do amor.

Voa borboleta, voa às flores,
Porque é de lá que tu tiras tua beleza
E que faz de nós encantados e encantadores
Com tua nobreza e pureza.

William Coelho

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Clarear



É preciso ver cor na dor
Por mais difícil que seja
Os erros vêm à nosso favor
É preciso que se veja

Não é preciso fugir
Se os sonhos forem inundados
Mesmo estando escuro aqui
O sol ainda brilha do outro lado

Bianca Felipe

domingo, 23 de outubro de 2011

O peso da culpa


Parte II - Correndo para uma nova morte.

Era só questão de pensar nele. David me atormentava quase todos os dias. Algumas vezes, eu conseguia evitá-lo. Em outras, a grande maioria, chegava até a chorar. Mas ele tinha um objetivo, pelo que demonstrava. Toda vez que aparecia pra mim, David me culpava por sua morte. Eu o convenci a ir naquela festa. Se não tivesse feito isso, ele ainda estaria vivo. Isso estava me destruindo por completo.
E chegou uma hora que tudo desabou.
Por minha culpa, David havia perdido a vida. E agora ele queria me fazer perder a minha. Era isso que ele queria.
Um dia, minha irmã, Sarah, e eu estávamos na cozinha. “Então... Você está conseguindo assimilar tudo desde a morte de David?” Ela perguntou enquanto preparava um sanduíche. Atrás dela estava o armário onde colocávamos bandejas, panelas, tigelas, etc. Todos os objetos que utilizávamos para cozinhar. E, em cima do armário, havia um vaso de vidro que minha mãe havia posto lá porque não tinha nenhuma utilidade, mas esquecera de dar um fim a ele. “Digamos que ele ainda não morreu pra mim.” Eu respondi, completamente amedrontado pelo fato de David poder aparecer a qualquer minuto.
E meus temores se realizaram. Ele apareceu ao lado de Sarah e ficou me olhando. Em seguida, fitou o vaso de vidro que estava em cima do armário. Logo após, o objeto começou a se mexer. Iria cair na cabeça de Sarah! David queria me machucar de alguma forma. Quando percebi que já estava pra cair, gritei: “Pare!” E, conseqüentemente, minha irmã se assustou e se inclinou para o lado. O vaso caiu no chão.
“O que foi isso?!” Ela perguntou, completamente assustada. “Não foi nada!” Respondi. Aquilo tinha que ter um fim. Ele já não estava apenas me atormentando, também queria machucar quem eu amava. Eu tinha que acabar de vez com essa história.
Rapidamente, corri para a sala e peguei a chave do carro do meu pai sem ninguém saber. Saí de casa e parti para um lugar onde eu sabia que encontraria a solução do problema. Um penhasco. Eu tinha que me matar. Era isso que David mais desejava.
No caminho, ele apareceu no banco do passageiro. “Está feliz agora?!” Perguntei grosseiramente. “Só quero tirar de você o mesmo que você tirou de mim.” Ele respondeu. “Eu não tenho culpa se você bebeu demais! Sabia que ainda teríamos que pegar a estrada!” Revidei. “Você me convenceu a ir mesmo sabendo que não podíamos!” Essa havia sido minha culpa. “E eu sofri o tempo todo por causa disso! Mas, não se preocupe, já está perto de você se satisfazer!” O penhasco estava se aproximando. Estava tão rápido que consegui chegar em questão de minutos.
Quase lá... Tudo iria acabar, até que...
“Pare!” David gritou.

Gabriel Phelipe Dantas.
Em breve, última parte.

domingo, 9 de outubro de 2011

O peso da culpa

          
                Parte I - Vida perdida.

                Há um tempo, meu amigo e eu sofremos um acidente. Eu o convenci a ir para uma festa que estava acontecendo do outro lado da cidade. Apesar de nossos pais não terem dado permissão, fomos escondidos no carro de David, meu amigo. Na minha concepção, não iria ter problema. “Era só uma festa. Iríamos apenas nos divertir. Que mal havia nisso?” Era o que eu pensava. Pena que estava completamente enganado.
                Na volta, uma chuva forte começou. David, mesmo bêbado, fez questão de dirigir. A pista estava completamente molhada e ainda faltava muito para chegarmos em nossas casas. Não havia muitos carros, estava quase deserto. “Você gostou da festa, Ric?” Ele perguntou, enquanto dirigia, completamente embriagado. Meu nome é Ricardo, “Ric” é um apelido carinhoso que é usado pela maioria dos meus amigos e familiares. “Claro! Mas temos que voltar logo antes que seus pais descubram que você pegou o carro! E os meus pensam que ainda estou no quarto!” Eu respondi, rindo. E continuamos na estrada.
                Percebi que David estava quase dormindo ao volante. “David! Acorda!” Eu exclamei. Ele abriu os olhos e novamente prestou atenção na estrada. Peguei um dos CDs que estavam no porta-luvas e coloquei pra tocar. Achei que seria uma ótima maneira de evitar o sono. Porém me enganei.
                Num determinado momento da trajetória, chegamos a uma curva. David dormiu e não prestei atenção. Quando percebi, gritei seu nome e nada aconteceu. Meu amigo continuava desacordado por causa da alta quantidade de bebida alcoólica que ingeriu. O carro começou a deslizar na pista molhada descontroladamente e o volante não estava sob nenhum comando. Vendo o risco, logo coloquei o meu cinto de segurança.
                Tentei controlar o veículo, mas não deu muito certo. O corpo de David na cadeira do motorista dificultava meu acesso ao volante. “David! Por favor! Acorde!” Eu gritava. E não teve jeito. O carro saiu da estrada e acabou entrando em um matagal que havia ao lado, batendo em várias árvores.
Fechei os olhos.
Quando senti que o carro parara, fui abrindo-os lentamente... Primeiramente, mirei minha visão em David. Ele estava péssimo. Inconsciente e seu rosto muito ensangüentado. Tirei meu cinto de segurança e tentei acordá-lo. “David! David!” Eu exclamava, mas não conseguia nada. Peguei o braço dele e percebi que não havia pulso algum. Meu amigo só poderia estar morto. E, sem ter escolha alguma, peguei meu celular, que ainda estava intacto, e liguei para a polícia. Quando vieram, ligaram para os nossos pais. Foi uma situação desesperadora.
E o que temíamos aconteceu. David estava morto. Levá-lo para o hospital só seria perda de tempo. Tivemos que nos conformar.
Nos dias seguintes, seu enterro foi realizado na presença de sua família e amigos. Para todos, a única coisa a fazer seria seguir em frente e superar o acontecido. Afinal, David jamais iria voltar. Porém, no meu caso, algo diferente aconteceu. Uma coisa completamente inacreditável: o espírito dele me assombrava.

Gabriel Phelipe Dantas
Brevemente, a 2ª parte.