segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Carta às nuvens do céu



Oh nuvem branca,
Quando criança achei que você era de algodão
Virei piloto, toquei as nuvens...
Peguei uma gripe no avião.

Oh nuvem negra,
Te adoro, te devoro nuvem nublada
Porque tu enches meu coração de esperança,
Uma esperança gelada
Pra você jogar em mim sua água molhada;
Trazer pra mim a rosa rosada pro meu jardim
E cantar a música do Alecrim.

Oh nuvem parda,
Nuvem gostosa da tarde
Que me inspira nos poemas de amor
Levando consigo a minha dor
Que no peito ficou.

E quando o pôr-do-sol cessa
Vem a nuvem que eu mais amo:
A nuvem albina.
Ela fica sem cor, sem melanina
Escondendo os segredos da noite
Sob a lua que nos ilumina.

E por ser branca,
Negra, parda, albina...
Que eu tenho a dizer:
“Seja bem-vinda
Ao nosso céu, sem preconceito
E cheio de vida.


William Coelho 
- Esse foi minha primeira poesia, se acharem ruim, por favor não me levem a mal.-
Link da música do Alecrim: http://www.youtube.com/watch?v=wYa94s3pLiE

domingo, 21 de agosto de 2011

Parte V - Revelações



“Minha irmã estava certa! Eu devia imaginar que você poderia ser uma mentirosa!” Exclamei sem medo de outras pessoas me escutarem. “Sua irmã?!” Ela soltou uma gargalhada, “É. Realmente você deveria ter confiado mais nela. Mas é tarde demais. Você nem terá como pedir desculpas a ela.” Sua expressão era irônica e cruel. “Do que você está falando? É claro que Alicia me perdoaria!” Respondi. “Alicia...? Então era esse o nome dela? Bom, era um nome bonito. E, com certeza, ela te perdoaria sim... Se ainda estivesse entre nós...” Fiquei sem ação depois de tais palavras.
Samantha foi até o criado-mudo, abriu a gaveta que havia nele e retirou algo de lá. Um revólver. Em seguida, ela o apontou para mim. “Abra o meu closet.” Ela me ordenou. Com aquela arma direcionada a mim, não poderia negar-lhe nada. Em silêncio e olhando fixamente para aquela mulher, fui em direção ao closet. Eu o abri. E o que os meus olhos viram foi terrivelmente macabro.
O corpo de Alicia caiu no chão como se fosse um boneco de plástico em tamanho humano.
Ajoelhei-me diante dela e comecei a chorar. Mas, rapidamente, minha tristeza foi mesclada a um sentimento pavoroso de fúria. “O que você fez?!” Perguntei. “De algum jeito, sua irmã descobriu onde eu estava hospedada e também que estávamos nos divertindo juntos. Ela também pesquisou o meu nome na lista dos aprovados no curso da sua mãe. E me ameaçou e disse que te contaria tudo. Mas não podia deixar até consegui o que eu queria... Então, a matei...” Samantha estava amando aquela situação. Dava pra perceber por causa de sua expressão maléfica e sorridente.
A meu ver, não havia mais pelo que lutar. Minha mãe falecera, tinha acabado de descobrir que minha irmã estava morta, e a única pessoa em que eu achava que poderia confiar foi a causadora do pior momento da minha vida. “O que você quer de mim, Samantha?” Perguntei, já entregando os pontos. “Vá até o criado-mudo e pegue aqueles papéis que estão em cima dele.” Ela disse. Eu obedeci.
Quando estava com a papelada na mão, ela ordenou: “Agora abra a gaveta, pegue uma caneta e assine na linha que está acima do seu nome na última página.” Agora percebia que aqueles papéis se tratavam de uma transferência de bens. Samantha era uma vigarista. Só queria tudo o que eu tinha.
Já estava para assinar, mas uma coisa veio em minha mente: Minha irmã morreu tentando proteger a mim e a tudo o que tínhamos. Então eu não poderia deixar que sua morte fosse em vão. Confiante e sem medo, rasguei aqueles papéis e joguei no chão. “Se quiser, pode me matar. Mas saiba que, de mim, você não terá nada!” Exclamei. “Péssima escolha, Samuel...” Ela disse, apontando a arma para mim. Seria o meu fim naquele momento, até que...
“Atenção! Abra a porta! Aqui é a polícia!” Ouvimos isso vindo do lado de fora do quarto. “Você chamou a polícia?!” Ela perguntou, num tom mais baixo. Eu respondi que não. Samantha colocou seu dedo indicador em frente à boca, fazendo sinal de silêncio. Porém não obedeci. “Eu estou aqui! Socorro! Ela está armada!” Gritei.
Os policiais logo arrombaram a porta e apontaram as armas para Samantha, já que a viram armada. E ela apontou a sua para mim. “Baixem as armais ou eu o mato.” Ela disse. Aproveitei que sua atenção estava virada para os homens e pulei em cima dela, tentando fazê-la soltar a arma. E consegui. Depois corri para o lado dos agentes e saí do quarto.
Ao sair do hotel, vi um carro da polícia e, ao lado do veículo, estava Sandra, amiga de Alicia. “O que você está fazendo aqui?!” Perguntei quando cheguei até ela. “Alicia foi à minha casa, almoçou comigo e saiu por volta das cinco da tarde. E me avisou que, se ela não voltasse ou ligasse até à noite, eu deveria trazer a polícia até aqui. Ela mandou uma mensagem avisando que devia guiá-los ao quarto 203.” Ela respondeu. E foi quando comecei a entender tudo.
Dentro de pouco tempo, os policiais passaram com Samantha algemada em minha frente. Ela me olhou fixamente pela última vez e depois eles a fizeram entrar no carro. Logo em seguida, foram embora.
Tudo começou no dia 17 de Junho. Foi quando conheci a pessoa que fez a minha vida virar um sonho, transformando-a depois em um pesadelo. Porém, nenhum pesadelo dura a vida toda. Ao contrário, não passa de uma noite de sono ruim. E, naquele momento, eu percebi que havia chegado à parte que mais gostamos quando temos um pesadelo. A parte em que acordamos e podemos começar um novo dia.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Carta aos diamantes da noite




Pequenos brilhantes
Diamantes voadores
Cristais flutuantes
Desenhos encantadores

Incontáveis pontos, formas, tamanhos
Sem começo, nem fim
Livres
Carregando enigmas, que não devem ser explorados
Porque coisas perfeitamente misteriosas não devem ser explicadas

Bianca Felipe